sexta-feira, 27 de abril de 2007

O projecto de um projecto!...


Esta semana foi-nos proposto pela professora que começássemos a delinear o nosso projecto de animação. Mas, antes de começarmos com as tradicionais etapas, consideramos pertinente reflectir em torno do próprio projecto numa actividade de animação, e as etapas para a sua construção propostas por Ander-Egg.
O programa ou projecto é o que é lançado para diante e o que antecipa o futuro. Deste modo, o projecto faz parte integrante do método da animação, se é que assim o podemos caracterizar.
Para a concretização de um projecto o autor Ander-Egg propõe algumas fases que passamos a enumerar de seguida:
  1. Fase de sensibilização/motivação;
  2. Delimitação/definição do público-alvo;
  3. Capacidade para esses grupos em aderir à animação;
  4. Princípios operativos para a organização e para colocar em prática as actividades socioculturais.
Para terminar esta nossa reflexão de hoje e, antes de passarmos à concepção do nosso projecto de animação gostaríamos de salientar as características fundamentais que um bom projecto deve conter, segundo este mesmo autor:
  • concreto- proponha um comportamento, atitudes e conhecimentos específicos;
  • ambicioso- permita a evolução do grupo e que desenvolva as potencialidades dos seus membros. Esta ambição não deve ser exagerada, ou seja, não deve ir além das faculdades das pessoas envolvidas, pois seria fonte de frustração. Também não deve ser nivelado apenas às possibilidades do grupo, pois não estimularia a ir mais longe;
  • realista: ter em conta os recursos disponíveis das actividades realizáveis pelos participantes;
  • partilhado: só deste modo as decisões tomadas serão levadas a sério, porque todos assumiram as suas responsabilidades;
  • aberto: poderá modificar-se a qualquer momento;
  • completo: não deixa nada ao acaso e dá atenção aos pormenores.
E assim estão plantadas as raízes para que possamos iniciar o nosso projecto!....
Não se esqueçam: Façam da animação a vossa Educação!

Ander-Egg, E. (2000). Metodología y Práctica de la Animación Sociocultural. Madrid: Editorial CCS.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

A pluridimensionalidade da Animação

A Animação hoje quer colaborar na tarefa do desenvolvimento integral da pessoa de tal modo que seja ela mesma e não se deixe levar por aquilo que não constitui a sua integridade. Deste modo, a Animação Sociocultural é uma actividade que pretende tornar mais valioso o ser humano no seu aspecto individual, social e às vezes transcendente.
A Animação utiliza uma metodologia de intervenção social, ou seja, utiliza instrumentos que indicam como fazer certas acções para se atingirem os objectivos. Para tal, baseia-se numa pedagogia participativa, onde o sujeito a animar é o principal aplicado nas actividades.
A Animação na sua vertente educativa poderá promover, encorajar e despertar inquietações, motivar para a acção e fazer desabrochar potencialidades latentes nos indivíduos ou grupos. Neste sentido, a Animação pode ser vista como educação permanente.
A Animação pode ter também uma função política. Toda a política cultural que queira gerar processos de participação poderá utilizar esta metodologia, de forma a obter melhores resultados.
No fundo, o que distingue a Animação Sociocultural de outras formas de intervenção social é o modo de fazer: gerar vida nova, sentido de esperança através da participação consciente, plena e activa.

Em jeito de síntese, e no entender de Ander-Egg, os objectivos da Animação Sociocultural são, entre outros:


  • Favorecer a participação;
  • Facilitar a acção de acordo com objectivos livremente escolhidos;
  • Viver em relação, respeito e aceitação;
  • Dar oportunidade do trocar de ideias e contribuir para a livre expressão;
  • Promover a igualdade de oportunidades;
  • Diminuir o vazio sociocultural entre as camadas sociais;
  • Potenciar pessoas e recursos;
  • Facilitar o acesso a meios, bens e acções a todas as pessoas sem nenhum tipo de discriminação.


Ander-Egg, E. (2000). Metodología y Práctica de la Animación Sociocultural. Madrid: Editorial CCS.